2008-10-25




desafio à criação

Tens alguma coisa para dizer no escuro?
Não queremos facilitar em nada a vida do artista. Na realidade queremos mesmo provocar o artista. O artista serve para segurar uma maçã na cabeça. A maçã sim tem valor. Interessa-nos muito a obra. Só a obra. A Obra.
Propomos o jogo da crueldade ao artista. És capaz de o ser sem ser visto?
Cada artista vale 1 euro para o público, qual é o verdadeiro valor do artista?
Desafiamos artistas a apresentarem uma criação no escuro.





manifesto da produção

No cinema Passos Manuel nos dias 13, 20 e 27 de Novembro e 4 de Dezembro.
Sempre às quintas. 7 artistas por dia. 4 x 7 = 28 artistas. Cada apresentação terá entre 7 a 12 minutos.
Uma sala sempre às escuras, com público e poucos meios técnicos. A sala terá de estar sempre em completo negro. O único momento de luz é o intervalo entre apresentações dos artistas.
A divulgação será feita com maçãs que serão distribuídas como flyers comestíveis e com quadros negros espalhados pela cidade. Quadros-cartazes efémeros pintados a giz.




artistas bailarinos actores escritores performers músicos

Tamara Alves, Regina Guimarães, Ana Deus, António Júlio, Ada Pereira da Silva, Isabel Alves Costa, Liz Vahia, Miguel Bonneville, Catarina Felgueiras, Simão Costa, Isabel Barros, Amarante Abramovici, João Martins, Alexandre Ósorio, Rosa Barbedo Gonçalves, Helder Maia, Calhau, Vera Santos,Tiago Dionisio, Susana Menezes, Rui Lima, Wilson Magalhães, Valter Hugo Mãe, Pedro Barbedo, Susana Nogueira, Maio Afonso, Rui Ferreira, Jorge Reis Sá, Peixe, Rute Rosas, Joana Mateus, Ivo Bastos, Teresa Branco, Sérgio Martins, Ana Laranja,Ana Losa, Manuela Bronze, Mário Afonso, Isabel Lhano, Nerea Barros, Igor Gandra, Manuela São Simão, Susana Chiocca, Miguel Cabral, João Gesta, Olga Rocha, Teresa Carrington, João Pedro Costa, Cidália Freitas, Paula Bacelar, Marta Bernardes, Susete Rebelo.


reza a lenda…

Guilherme Tell ou Wilhien Tell, reza a lenda, era um herói suíço do início do séc. XIV. Artista da Besta.
Na altura os imperadores de Habsburgos (Áustria) dominavam a Suiça (Uri). Gessler era o governador austríaco que decidiu pendurar num poste em Uri um chapéu com as cores da Áustria. Ordenou que todos que por lá passassem teriam de fazer uma vénia como prova do seu respeito. O chapéu estava guardado por soldados que se certificariam que as ordens do governador eram cumpridas.
Guilherme e seu filho passaram pelo local e não saudaram o chapéu. Prenderam-no imediatamente e levaram-no à presença do governador. O tirano reconheceu-o e sabendo da sua arte em manejar a besta obrigou-o, como castigo, disparar a besta
a uma maçã
pousada na cabeça do filho. Ameaçou matar ambos se Guilherme não cumprisse.
Tell foi assim trazido para a praça de Altdorf, escoltado por Gessler e os seus soldados. A população amontoava-se na expectativa de assistir ao castigo. O filho de Guilherme foi atado a uma árvore
, e a maçã foi colocada na sua cabeça. Contaram-se 50 passos. Tell carregou a besta, fez pontaria calmamente e disparou. A seta atravessou a maçã sem tocar no rapaz, o que levaria a população a aplaudir os dotes do corajoso arqueiro
.
Não obstante, Guilherme trazia uma segunda seta. Gessler, ao vê-la, perguntou porque ele a trazia. Tell hesitou. Gessler, apressando a resposta, assegurou-lhe que se dissesse a verdade, a sua vida seria poupada. Guilherme respondeu que a outra seta seria para
matar o próprio Gessler caso a primeira seta matasse filho.


parceiros

Passos Manuel

Metro do Porto

Cassiopeia

Hélastre

DREN





Inês Maia 936668968
Sérgio Marques 966720453







7 comentários:

Anónimo disse...

Mas assim, os artistas têm a vida facilitada: porque, no limite, no escuro, não precisam de assumir o que dizem e o que fazem; são ajudados por uma publicidade que usa a retórica recorrente da maçã como símbolo de desafio ao poder, e fá-lo via internet, cartazes, num local bem conhecido do meio artístico e social da cidade. Tudo muito bem e divertido mas, em que é que esta forma de apresentar vem dar mais importância à obra que aos artistas? Dizendo que se quer dificultar a vida aos artistas, pressupõe-se que estes têm sido essencialmente ego que se quer mostrar?
Para dar importância à obra, mesmo àquela que se ouve não se sabe vinda de onde nem dita por quem (com certeza por alguém que, como o homem-artista ou a mulher-artista, existe), poderiam dizer antes que gostariam de facilitar a vida aos artistas e ao publico, e aos outros necessários para fazer a obra que não cai da árvore nem do céu.
Servirão os artistas para segurar a maçã, ou poderão também aperfeiçoar-se na arte do tiro ao alvo e da organização da vida no reino? Porque se o artista é aquele que segura a maçã, então a sua vida estará sempre dependente da pontaria e da existência do amor filial por parte do seu pai - de sangue ou institucional -, escusando-se assim a comer a maçã e a sair do paraíso. Ou seja, a tornar-se um adulto que vive com os outros mas que não se submete nem a vénias, nem ao sacrifício da maçã, poupando assim os seus pais do embaraço sentimental de terem de apontar uma seta à cabeça do filho.

Anónimo disse...

Puro DILETANTISMO.
Os artistas sempre estiveram às escuras e criaram no escuro.
Os pseudo-artistas estão na luz, no estrelato, no palco, vassalos da instituição, recebem e acumulam subsídios, patrocínios e continuam a dar circo para todos.

Bandida disse...

fantástica ideia!!! parabéns !!

tenho pena de não poder ir. imensa. mas vou gostar de saber como correu.

Anónimo disse...

Pseudo evento em dose pura!
F*** U

Luis Eme disse...

isso é que é originalidade...

Anónimo disse...

a primeira pergunta era, o que tens para dizer às escuras...
se virmos bem , nos blogs também falamos às escuras (e não há luz que se acenda no fim, para os agradecimentos), sobretudo quando anónimos.
assalta-me outra pergunta (com a respectiva vontade de resposta): o que esperas ver às escuras?

Anónimo disse...

magnífico projecto. óptima ideia.
lá estarei.